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Limp Ref Sheet [SFW]

História do Limp
Origem - parte 2
<< Parte 1 | Parte 3 >> A primeira semana morando no campo foi agitada. A mudança demandou muito esforço de todos da família. Trocar o apartamento apertado no subúrbio por uma casa grande de dois andares demandou um trabalho BEM grande de montar os móveis e re-decorar os cômodos.
Logo na primeira segunda após a mudança, Renato começou o trabalho como administrador da produção agrícola de uma fazenda vizinha, deixando a encargo de Cris e Felipe a organização da casa. Nesse meio tempo, vários vizinhos vieram dar as boas vindas, trazendo presentes e se oferecendo para ajudar no que precisasse.
De todos os vizinhos que apareceram, certamente os que mais se destacaram foram Johnny e sua mãe. Johnny é um cavalo shire alto, de pelagem preta com detalhes brancos nas pernas e braços, assim como sua mãe.
Quando chegaram, logo foram recebidos por Cris com um pano na cabeça e uma vassoura na mão. A mãe de Johnny trazia um bolo de fubá em suas mãos, e com um sorriso simpático no rosto se apresentou:
- Boa tarde vizinha, eu sou a Isabela. Vi que vocês mudaram essa semana, então quis trazer um bolinho de boas vindas. Trouxe o João Pedro também, porque fiquei sabendo que você tem um filho da idade dele.
- Oi! Entra, fica à vontade. - respondeu Cris. - O Lipe tá na cozinha trocando o galão do filtro. Vou chamar ele pra dar um oi!
Antes que ela conseguisse chegar à cozinha, um barulho alto de batida ecoa pela casa, seguido pelo som de água escorrendo.
- Puta que pariu! - Gritou Cris, correndo para ver o que era, com as visitas logo atrás.
Chegando à cozinha, eles se deparam com Felipe sentado no chão, todo molhado, e o galão rachado caído de lado. Cris se ajoelha examinando a cabeça do filho e perguntando desesperada se ele está bem.
- Calma mãe, eu to bem. O galão escorregou da minha mão e caiu em cima de mim.
- Você bateu a cabeça? Tá tudo bem mesmo?
- Tá sim mãe, você precisa relaxar. - Responde Felipe respirando fundo.
Cris se vira para as visitas para explicar sua preocupação.
- Antes da gente vir pra cá, o Lipe bateu a cabeça em casa e teve uma convulsão. A gente precisa ficar de olho caso aconteça de novo.
- Mãe, você NÃO PRECISA explicar isso pra todo mundo que vem aqui.
Cris lança um olhar triste para Felipe, que logo se arrepende da forma como falou com sua mãe.
- Desculpa. Não devia ter falado assim com você. E a gente tá sem água pro resto da semana, o que a gente faz?
- Se você quiser, o João pode te levar em casa pra pegar um galão emprestado, e vocês podem ir na nascente para encher ele enquanto eu converso com a sua mãe, né filho? - Falou a mãe do Johnny.
- Não precisa se preocupar, o Renato chega de noite e dá um jeito - disse Cris enquanto ajudava Felipe a se levantar.
- Cris, nossa casa não é longe daqui, e o Johnny veio de bicicleta, eles vão conseguir ir e voltar bem rápido.
- Pode deixar dona Cris, eu tomo conta dele pra não levar nenhum tombo no caminho! - disse Johnny fazendo graça.
Cris pensa por um segundo se é seguro deixar Felipe sair de casa sem ela, mas olhando novamente nos olhos do filho, é óbvio que ele precisa de um tempo longe dos pais, ainda mais se for pra fazer um novo amigo.
- Se você for, vai precisar trocar de roupa. Você não vai sair encharcado desse jeito.
- Beleza.
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5 minutos depois, Felipe desce de seu quarto usando uma bermuda jeans e uma camisa branca. Cris se vira para Johnny e explica rapidamente o passo-a-passo para caso Felipe entre em convulsão. Depois de 3 minutos que pareceram horas, eles vão pra fora e se preparam para ir.
A bicicleta de Johnny tem um assento de metal atrás do assento convencional, e dois suportes ao lado da roda traseira para apoiar os pés.
- Você dá conta de me levar na garupa? - perguntou o cavalo, obviamente brincando com a diferença de tamanho entre eles. Agora que estavam mais perto, era levemente assustador que a cabeça de Felipe batesse no meio do peito de Johnny.
- Mesmo que eu soubesse andar de bicicleta, acho que não conseguiria equilibrar com você atrás. - Responde com um riso sem graça.
- Acho bom você aprender logo então, aqui você não vai achar nenhum uber quando precisar. - Johnny levanta sua bicicleta e monta nela, fazendo sinal para que Felipe suba atrás. - Eu recomendo que você segure na minha cintura, se não vai ser bem provável que caia na estrada, e se você morrer acho que sua mãe me mata.
Felipe sobe na bicicleta claramente envergonhado. O máximo de contato físico que ele costuma ter com as pessoas é o soquinho que dão em seu punho quando cumprimentam. O lado bom de estar atrás de Johnny é que ele não pode ver seu rosto ficando vermelho e sua pequena marca rosa brilhando de leve no pescoço.
- Então - Johnny começa a falar para matar o silêncio enquanto pedala. - Meu nome é João Pedro, mas meus amigos me chamam de Johnny, pode me chamar assim se quiser. Como as pessoas te chamam?
- Meu nome é Felipe, geralmente me chamam de Felipe mesmo. Minha família me chama de Lipe.
- Você não tem um apelidinho diferente? - Indaga Johnny.
- Os apelidinhos que eu tive geralmente eram ofensivos, então não costumo usar nenhum - respondeu sem graça.
- Nossa Lipe… Pronto, vou te chamar de Limp. É fofo.
- Meu apelido tem que ser fofo? - perguntou Felipe rindo.
- Sim. Você é um veadinho pequenininho e merece um apelidinho fofinho.
Felipe sente seu rosto queimando muito, e sente o canto do olho arder com a luz rosa emanando mais forte da marca no pescoço. Falas assim geralmente eram feitas para abalar o emocional e deixar Felipe mal, mas o jeito que Johnny fala com certeza é mais carinhoso do que costumavam falar com ele na escola.
- Então tá, é Limp então!
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Logo eles chegaram na casa de Johnny. Uma casa um pouco menor que a de Limp, mas com um quintal bem maior e com uma estrutura perfeita para receber visitas ou fazer festas.
Eles entraram direto pelo portão lateral que dá para os fundos da casa, rumo a um pequeno celeiro que serve de depósito. Enquanto procuram pelo galão vazio, a conversa continua fluindo entre eles.
- Você deu sorte de mudar pra cá no começo das férias, vai dar tempo de conhecer todo mundo antes das aulas voltarem. - Diz Johnny.
- Eu não sei como vai ser, meu pai estava querendo que eu fizesse aulas em casa, tudo por conta dessa questão da minha cabeça. Ele não quer que eu fique sozinho em uma sala com 40 adolescentes fazendo besteira.
- Mas o quê que aconteceu que você tem essas convulsões? É do nada?
- Então, antes de mudar pra cá eu tava em casa, e minha tv era suspensa na parede. Eu tava tentando trocar os cabos do meu videogame, e a tv soltou, bateu na minha cabeça, e eu apaguei. Minha mãe fala que eu comecei a convulsionar e minha boca começou a espumar… Só sei que eu acordei no hospital, e os médicos estavam decidindo se iam precisar me operar ou não.
- Nossa, você tem videogame? - Perguntou Johnny animado.
- Essa foi a parte que chamou mais a sua atenção!? - Exclamou Limp incrédulo, mas rindo alto.
- Desculpa, mas como você tá aqui de boa, acho que deu tudo certo com esse papo da convulsão né?
- É, eu acho que tá tudo ok agora.
- ACHEI! - Grita Johnny. - Bora?
Ambos seguem de volta para fora da casa e se preparam para ir para a nascente, que é na metade do caminho de volta. Johnny coloca o galão no assento de metal onde Limp teria que ir sentado e amarra com algumas cordas para que não caia.
- Agora você vai ter que ir a pé do meu lado, ou então pode ir sentado no cano comigo. - Disse Johnny com cara de quem está curtindo com a sua cara.
- É muito longe daqui?
- Não, é metade do caminho até sua casa, dá pra ir de pé tranquilo e voltar pra comer o bolo da minha mãe.
- Beleza, vou andando com você então.
Em todos esses anos, essa provavelmente foi a conversa mais longa que Limp já manteve com alguém que não fosse uma tia em uma festa de ano novo. Johnny estava sendo legal, e estava gastando todo esse tempo do dia dele de bom grado para ajudar. Isso era muito diferente para Limp.
- Se você quiser, pode vir aqui em casa essa semana pra jogar videogame, eu tenho um segundo controle. - Disse Limp enquanto seguiam seu caminho.
- Beleza, amanhã de tarde eu apareço aí, ok?
- Você não vai nem falar com seu pai antes? Eu não posso fazer nada sem o meu saber.
- É que eu não tô dodói da cabeça igual você, né… ele precisa ficar de olho no que você faz. Além de que eu não tenho mais meu pai, e minha mãe é bem de boa comigo saindo.
- Eu sinto muito pelo seu pai, não queria tocar numa ferida.
- Fica tranquilo. Ele teve um acidente na fazenda que trabalhava, uns 5 anos atrás. Minha mãe ficou arrasada, mas hoje ela está mais tranquila com isso.
- E você, como tá com isso?
- Eu tive que ser mais forte pra cuidar dela. Acho que isso ajudou a não me abalar tanto. Ainda assim eu sinto falta dele às vezes. - Johnny fala em um tom mais sereno, mas não deixa transparecer um pingo de tristeza em sua voz.
Depois de alguns segundos de silêncio, Johnny muda de assunto para para aliviar a tensão:
- E qual é a dessa tatuagem no pescoço? Deve ser coisa da cidade grande, menor de idade fazendo tatuagem.
Limp se retrai um pouco, e fala com um pouco de receio.
- É emotiochromia. Meu pai também tem.
- Eu nunca ouvi falar disso. É tipo uma doença ou alguma coisa do tipo?
- Não, é mais uma condição genética, algumas marcas aparecem no corpo com o tempo, e elas brilham de acordo com o sentimento da pessoa.
- Hmmmm, então era isso aquela luz no meu cangote. - Disse Johnny provocando.
No mesmo instante, Limp para de andar, paralizado pela vergonha, a marca brilhando como nunca. Johnny logo para a bicicleta e desce, se arrependendo do que disse.
- Me desculpa, não era pra te deixar sem graça, eu tava só brincando.
- É só que… eu não… - Gagueja Limp, sem conseguir terminar a frase.
-Relaxa! Esquece que eu comentei isso. Nunca disse nada! - Disse Johnny desesperado para acalmar o amigo. - Vem cá, você vai pedalando até a nascente, a gente tá quase chegando.
- Você tem certeza?
- Tenho, eu vou te ajudando. Você vai pedalando, e eu seguro o guidão pra te ajudar a equilibrar, ok?
- Ok.
Limp sobe na bicicleta, tremendo um pouco. Quando se posiciona e se prepara para tirar os pés do chão, Johnny segura o guidão por cima da mão de Limp. Esse toque, ao invés de fazer Limp sentir vergonha e ansiedade, faz ele se sentir mais tranquilo e confortável, diminuindo um pouco o brilho da sua marca.
- Pode pedalar que eu te seguro.
- Se eu cair e morrer, eu juro que te mato.
Então eles seguiram caminho até a nascente.
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